domingo, 1 de março de 2020

Da Paciência e d'Ajuda


O caminho da paciência foi grande, meses num processo de fechamento de ciclo e um sentimento de improdutividade, até mesmo de inutilidade. Um tempo de recolhimento e reflexão, para rever conceitos, objetivos, vontades. Foi preciso ser nômade, desapegar, percorrer o mundo para se descobrir pertencente ao próprio lar. Foram necessários muitos mergulhos, muito sol pra queimar a pele e sal pra temperar a alma. A ajuda de que tanto precisava veio justamente no dia em que iniciei minha jornada desde a Paciência até d'Ajuda, o Arraial dos afetos em rede, como um estalo que acorda a mente e a traz de volta à vida. E assim me descobri água, leve e fluida, mas ao mesmo tempo forte e pesada. Água que permite o movimento, mas também controla. Que demanda força sem se sentir, tamanha a delicadeza. Água que engole, leva, cospe, arrasta pra onde quer. Água que se deixa cair pelo simples molhar e que aquece ao passo que congela. Água que queima, água como fogo. E fogo que incendeia o mundo.